sexta-feira, 11 de maio de 2012

Esportes


Muito acima do futebol: a rivalidade entre Barcelona e Real Madrid
O Brasil para em dia de jogo de Copa do Mundo. Madrid e Barcelona, as duas maiores cidades da Espanha, param para Barcelona X Real Madrid, uma rivalidade que transcende o futebol. A Catalunha sempre defende sua autonomia, enquanto Madrid simboliza a centralização do poder. A Catalunha, cuja capital é Barcelona, é uma região situada a Nordeste da península Ibérica, entre os Pirineus, o rio Ebro e o mar Mediterrâneo. Submetida ao domínio de Castela desde o séc. XV conservou privilégios até o final do séc. XVII. No séc. XIX, Barcelona foi autorizada a comerciar com a América, o que lhe proporcionou uma indústria dinâmica que favoreceu o enriquecimento. Paralelamente, na onda nacionalista romântica, surgiu em 1833 a Universidade da Catalunha, que fez renascer o catalão como língua literária. Em 1882, foi criado o Centro Catalão, que criou um movimento político pela pátria catalã. 

O Fútbol Club Barcelona foi fundado em 1899, pelo suíço Hans Gamper. Depois de ter sido jogador, foi presidente em cinco ocasiões, até 1925. Nas suas gestões firmaram-se os laços entre o Barça e a cultura catalã, o que foi fundamental para o crescimento do número de sócios, que em 1924, era em torno de doze mil. Em 1925, a situação política espanhola era explosiva sob a ditadura de Primo de Rivera. A Catalunha gritava contra a centralização do poder e a repressão das esquerdas. Em 14 de junho, antes de um jogo regional, o público vaiou a execução do Hino Nacional. O clube foi fechado por três meses e Gamper obrigado a deixar a presidência para sempre.  

Nos anos 30, o Barça passou por uma crise financeira, social e desportiva. Durante a Guerra Civil (1936-39), Josep Sunyol, esquerdista, presidente do Barça, foi assassinado pelos franquistas; num bombardeio aéreo, a sede do clube foi praticamente destruída.  Do final da Guerra Civil até 1953, os presidentes do clube foram nomeados pelo ditador Francisco Franco. Nos anos 40, multiplicaram-se as acusações em torno dos trios de arbitragem e da presença ostensiva de autoridades franquistas nos vestiários para favorecer o Real Madrid, o que os madridistas negam veementemente. Nos anos 50, uma decisão judicial favorável ao Real Madrid, na contratação de Alfredo Di Stefano, o maior ídolo madridista até hoje, presidente de honra do clube, selou definitivamente a rivalidade. 



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